quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Uma tarde de poesia "a la Remains"

Quando nutres

dias fazes

amanheceres

Ventre vento

leve salada

Na porta das entranhas

fechados lábios em fibras

agonizantes

despindo-se das peles e

convenções

vertendo-se em si mesma

para ninguém pertences à

proximidade dos lados.

Foges

comendo a própria

carne dos dedos

luminosos tesouros de

investidas solitárias na carne.

Tremes ante a claridade dos ventres.

avanças em gemidos

alegres e curtos cabelos

a violência do coqueiral nua

uma praia toda desperta.

Corres por entre ruas

na multidão envergonhada

e curiosa calculas

o tempo da narrativa e o

desfecho dos fatos crudos

da vida.

Sofres a dor rutilante

das horas folhas

mortes enfeitam as calçadas

sentadas sobre suas costelas

pessoas origens tenras genros

noras sogros foras do lugar

família labirinto menor

do universo vocação abissal

do abismo desconhecido pela

altura da queda que nos consome

à caminho...



Para a poetisa cearense
Paola Benevides.

Transfiguração

Trans trás figuras

nas veias do

cotidiano

sons palavras entre

cortadas

Comunicas o terror

da solidão. Não ligas

nem desligas as cordas

do coração.

Sozinha no quarto

universo paralelo mônada

tufão

crias intervalos

viras intensidades

mutação

Cérebro cerebelo

cérele serelepes

percevejos

nos olhos da escuridão.



Para a poetisa cearense
Paola Benevides.