domingo, 25 de julho de 2010

MOSAICOS POÉTICOS II

Rasgar as páginas do poema
sugar intensamente a des-vida
Nicotina.
Não ser senhor de si – mesmo -
servo-elemento. Cachorro-
cimento-flor. Pura existência
Apenas!
Sentir pedra, nos olhos : –
parede – comportas – sentimentos –
anti-vasão – an-águas – vento – tufão.

- “Não sinto falta da família.
Nem de um grande amor. Às vezes,
sinto saudade do clima... daquele
friozinho que des-fazia a gente...”
(soberbas defesas psicológicas!...)
Ah, quanto do nosso ser naquele cal...
na poeira dos sons e acontecimentos!

No fundo todos pré-sentimos
o que vai acontecer a questão
é que o vidro de nossas promessas
está quase sempre embaçado de
esperança... neblina, neb- linas, meninas...
(bolas-muchas do não-futuro!) É o que somos.

Ser pragmático. Ou em ser-ter-sido. Não há
outra partida. Não existe meio-termo:
“Ou isto. Ou aquilo.” Ou des-isto, des-aquilo.
des-aquilo-outro. estidade nadidade aqüidade
ali-dade (espécie de caráter leve e aéreo) ou
simplesmente qualidade de ser do ar.

Quem mandou brincar com as
palavras... dá nisso... Elas têm
jurisdição e jurisprudência.
E, quando trëmas ou –ifens, e sinais
não mais registrados nos dicionários
venham à tonta na clandestinidade
da saliva de alguma língua- esquecimento ...
a senhora nova gramática os punirá severamente.
Severas (mente) Severa. Ah, como até as filhas
da “verba” insurgem-se linguisticamente contra ela...

A língua como uma metáfora viva-revolução
de si mesma – transcendendo-se reflexiva-
mente bronzeada falando de si mesma em
si mesma – através. Pronto. Já me esqueci
o que ia falar. Esqueci de pensar. De ser.
Virei puro acontecimento. Ou nem mesmo
isso. Nem sei... sei lá penso sem órgãos
dis-pensa do ser Aquém

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